domingo, 1 de março de 2009

Astor, São Paulo

Foi-se o tempo em que a Terra da Garoa parecia perder para a supremacia inquestionável dos bares cariocas. Digo “parecia” porque São Paulo sempre teve bares tradicionalíssimos, como Bar Leo, Pandoro, Amigo Leal, Bar Brahma. E cresceu muito nesta área. Importou a decoração e o astral dos botequins cariocas, melhorou o chopp, diversificou o cardápio, caprichou na higiene e colocou manobristas na porta. Resultado: bares com menos de 10 anos, que já abriram como clássicos. Posto 6, Filial, Genésio, Salve Jorge.

O maior exemplo é o Astor, na Vila Madalena. Sucesso criado por 5 amigos que haviam aberto antes os imbatíveis Original e Pirajá, precursores da tendência paulista de bares com cara de botequins cariocas da década de 50. No Astor, eles se superaram. Nenhum detalhe foi esquecido para fazer você se sentir no melhor bar da sua vida. A começar pela alma do botequim: os garçons. Todos são descoladíssimos e formam uma seleção tão entrosada que até os reservas são, no mínimo, como aqueles garçons que todo mundo conhece pelo nome.

Na decoração, piso hidráulico, vidro bisotado, cartazes lambe-lambe, réplicas de luminárias antigas e um balcão de madeira maciça talhada e mármore, que foi trazido diretamente de um antiquário nos Estados Unidos. Há dois salões, um amplo no térreo, e um menor no andar de baixo, onde ficam os banheiros, sempre impecáveis. Até quando vai tirar água do joelho, o sujeito tem som ambiente. Sem falar dos monitores de plasma, que entretêm os clientes com mensagens dos patrocinadores.

Mas este parque temático para boemios não estaria completo sem uma cozinha de primeira qualidade. E não tem o que se peça no Astor que não seja, no mínimo, excelente. Para petisco, os campeõs são os deliciosos bolinhos de arroz e os surpreendentes croquetes de mortadela. Cerati, claro. Imperdíveis. No quesito sanduíches, o filé com queijo Palmira quente é ótimo. Se a fome apertar, meu favorito é o picadinho Astor, com arroz, feijão, farofa, pastel, ovo poché e banana à milaneza.

Acompanhando tudo, o insuperável chopp Brahma da casa, considerado o melhor de São Paulo há anos. Do jeito que os paulistas mais gostam: espuma densa e branca por cima de um líquido dourado e cristalino, estupidamente gelado.

Pois é, meu amigo. São Paulo pode não ter praia. Mas tem o Astor.

 

 

Astor

Rua Delfina, 163

Vila Madalena – São Paulo

(11) 3815-1364

www.barastor.com.br

Um comentário:

  1. Padilha... vou tentar reunir uma turma para visitar o bar da Eisenbahn em abril, tudo gente "profissional" na arte de botecar. Se puderes aparecer por lá, será ótimo!
    Alice

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